quarta-feira, dezembro 13, 2006

Fora de hora

Sem timidez. Acontece de a gente se entender muito bem. De sentar junto e esquecer do mundo, que nos grita ofensas. De perder o chão, o teto e todas as dimensões táteis. De sinestesia, hipérbole, poesia.
Fica difícil, viu. Se fosse a superfície, descamava que tu ias embora. Mas incrustastes nos poros. Tornastes parte das funções básicas, de respirar, alimentar-se, dormir.
E te digo, ouça: isso não é de sentir, é de pensar. Não há outros, pois qualquer um faria de mim acomodada e medíocre. De tal forma que me encurralei na solidão.
De urgente, o que há? Esta saudade imbatível, como metástase em mim. Do estômago para a cabeça, passando pelas mãos. Risco de chegar ao patético coração.
Além, cimentar que tudo isso é passível de rejeição e esquecimento por ti. E que duradouro, só se for dentro de mim.

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