sexta-feira, novembro 21, 2008

andando na minha frente, tua mão involuntariamente procuraria a minha. eu te alcançaria em segundo. andaríamos uma distância incalculável - cansaço não haveria, tanta atenção nossos passos exigiriam, não haveria cansaço - e então tu pedirias que eu parasse e enfim tiraríamos nossos tênis. não estaria ali, o fim da viagem, seria o começo. tua mão apertaria mais forte, eu não sentiria qualquer dor ao caminhar pelas pequenas pedras, galhos e folhas. eu não saberia o destino, tu irias na frente e te ligarias a mim somente pela mão, não olharias para trás, não, e eu entenderia o sentido pela tua mão, pelos pés descalços e pelo céu sem nuvens. entenderia o sentido de abandonar um destino, uma finalidade, entenderia por que suspender todas as coisas que nos cercam e nos impedem uma expansão d'alma, expansão sem direções, justificativas, coisas essas que nos prendem num modelo argumentação e convencimento que não faz sentido quando tua mão aperta forte e o céu desce ao mesmo tempo em que cria outro mundo. assim, eu iria contigo, iria sem cansar e sorriria e tu saberias do meu sorriso mesmo sem se virar para trás.

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