sábado, janeiro 13, 2007

Fôlego

Sempre um desespero exagerado ou não grande ou não mas sempre aqui em mim dentro de casa. Sempre uma vontade de ter alguém algo não parar não ficar não ser me perder desexistir desistir. Sempre o desejo de cair de me soltar de chorar de fracassar. Sempre as lembranças de ti sempre me pegando de surpresa surpresa ainda por quê? devia ter me acostumado ter aceitado que vais ressurgir em mim de quando em quando de onde em onde na ponte Rio-Niterói na lembrança dos avós no Rio de Janeiro nas mensagens de texto no cozinhar na arte. E talvez lembres eu disse que o pior não é o desespero a angústia e esses sentimentos ligados à semântica do negativo. Bem pior é a esperança é estar preso no momento saber que mesmo não tendo jeito sendo impossível sofrendo de qualquer forma eu inventaria uma solução e faria com que funcionasse acreditando nela acreditando em ti eu me desdobraria eu lutaria Emma Bovary eu. Bem pior é a esperança será que tu percebes isso enfim? Sei que não por que mesmo que tu digas da importância das minhas palavras elas menos foram o que eu disse do que tu querias escutar. Tudo o que guardaste veio de ti só de ti do que quis ouvir e entender e acreditar. Aqueles papéis palavras cartas trechos de livros que te inocentam e te colocam no céu tenho certeza que guardaste. Já minha dor e meu choro e toda humilhação estes belos componentes da minha vida nos últimos tempos não estão nem jogados em cantos nem velhos e mofados. Todo este texto esta dor não passa por ti não te atinge não significa nada. Na verdade tu nunca escutaste a mim.

Um comentário:

Gil Brandão disse...

Exercícios de dor não são inúteis, ás vezes não são sequer ruins. Mas sim, é preciso ter o alvo e o trajeto, porque senão ficamos tristes demais.