Só podia ser meu, este personagem. Por que é o único a que me presto. Não seria vítima, que tenho nojo. Não seria mocinha, que não acredito. Só sobrou o vermelho-grito, o óculos escuro que esconde o choro, o falso ar de superioridade, o esconderijo para sofrer. O não-sofrer, por me sentir. O não-sofrer, pelos amigos, cafés da tarde, doces irmãs mais novas, recados e sorrisos sinceros. Em nenhum outro papel caberia a compreensão integral, qualquer outro exigiria esforço em ser cega, ingênua, boba. Na verdade, nunca existiram opções. Só este personagem poderia ser meu.
sábado, novembro 18, 2006
Teatro
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Um comentário:
conforto...
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