quinta-feira, março 02, 2006
A vida em espera
Sou uma personagem clichê de filmes independentes. A menina que tem o namorado perfeito e a vida perfeita, mas na verdade, sente-se incompleta e infeliz. Atrás da fachada dos sorrisos e roupas bonitas, eu ouço músicas melancólicas, tenho pesadelos em que ele está com outra e acordo chorando, não consigo me salvar da mesmice por que não consigo parar e ler um livro. Além do cotidiano corrido, quando me sento com um livro que anseio há tempos ler, pego-me pensando, em só três linhas lidas, em como vai ser a meu futuro apartamento, quais são as coisas que tenho que combinar com as colegas de ap, como será a despedida, será que vou reprovar no teste para a habilitação depois de quinze aulas, não quero que muitos alunos faltem neste mês senão o salário diminui, vou achar um salário tão bom quanto esse em Florianópolis, sem indicação nem tempo? Nunca fui boa em esperar. Isso se chama ansiedade, sofrer por antecipação. Mas é inevitável quando minha vida sempre foi a mesma, sem grandes mudanças, e de repente, vejo-me indo para outra cidade, sem conhecer alguém, sem saber o que vai acontecer. Já me repeti muitas vezes o Carpe Diem, não dá mais.
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