Como se determina o fracasso, se mal se define certo e errado? Fracasso: quando as intenções e desejos ficam por acontecer. Um ponto final antes do fim da frase. Que eu não devo mimetizar aqui.
Um ponto pode ser brusco. O que foi aparado, então, escorre pelas frestas e grita, grita fracasso e o que sobra (ou falta) é que manda na definição – não o que ficou.
Aconteceu isso com João e Maria. Eles vinham seguindo seu caminho pela floresta, com seus pedaços de pão francês, uma caminhada sem desníveis, tensa pela imobilidade do verde e um ou outro assobio. Era uma paz meio fajuta, felicidade meio tosca – afinal, andar por florestas com pães na mão não se configura bem como minha idéia de diversão –, que fazia pressentir o ponto.
João e Maria poderiam ter escolhido seu ponto final? Poderiam ter decidido se imobilizar junto ao verde? Teriam percebido que dali pra frente, só fracasso? Respondo sim às minhas três perguntas retóricas. Há sempre cinco segundos entre a paz fajuta e o acontecimento aniquilador. Nestes, dá para dizer ‘não jogo, não jogo, não quero, brincadeira idiota’. Mas, é assim, João e Maria estavam cegos pelo peso das migalhas, suavam debaixo da vegetação densa.
Continuaram. Ali na frente, tinha a plaquinha: Merda. Eles não viram.
domingo, março 29, 2009
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2 comentários:
Caleidoscópio, sempre.
Ninguém nunca essas malditas placas ainda mais as plaquinhas.
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