Há que cuidar. Por que há dias em que eu toda sou saudades de ti, em sociologias, jornalismos, em almoços e jantares, só sou a falta que tu me fazes. Há que cuidar para não ser só o vazio de ti, filme-livro-música, novas amizades, outras conversas, qualquer interesse, há que se inventar.
Ah. Fechar os olhos, tentar dormir, leite quente queimando na língua e o sono não vem, amargo do calor branco. Deitar na cama, os pés sujos de andar pela casa procurando quem não está, o lençol sujo de saudades e insônia. Ainda que estivesse sujo de ti, dormiria em paz.
É. Aqui é não se abater pela melancolia, fabricar alegria em doces, inventá-la em textos, sorrir (para não evitar a solidão). É: sem forma, desconexa, meio perdida, sem poltrona engordurada, sem metáforas poéticas, sem ti.