segunda-feira, setembro 04, 2006

Uma pausa no egocentrismo

Sempre gostei de política. Na época Collor, quando ainda era menos que uma criança, lembro de admirar os cara-pintada. Depois, quando meu pai começou a trabalhar com política, adorava participar das campanhas: ir a comícios, caminhadas, carreatas, agitar bandeiras, colar adesivos. Discutia na escola e sempre defendia meus candidatos com o maior ardor. Geralmente, ganhava os argumentos. Isso por que eu acreditava naqueles políticos, e pode parecer ingênuo, mas eu tinha motivos.
Tirei meu título de eleitor com dezesseis e desde então, já votei três vezes. Primeiro e segundo turno e um referendo. Assim, uma das primeiras providências ao me mudar pra Floripa foi transferir o título de eleitor. Foi uma sugestão da Marina, que mora comigo, mas eu quis muito por que pensei que não fosse votar, caso contrário.
Com as eleições se aproximando, as pesquisas eleitorais aparecendo, os candidatos discursando, comecei a me sentir enjoada, enojada. Nos quais acredito, falam a mim como se eu fosse burra. Nos quais não acredito, não consigo nem ouvi-los. É muita decepção! E isso por que em momento algum acreditei no atual presidente.
Em Floripa, ainda conseguia me alienar do processo eleitoral. Mas em Cuiabá, é impossível. É uma cidade muito política: todos têm opinião, voto definido e, se não têm, têm parentes concorrendo. Os carros todos têm adesivos, no semáforo, tem gente com bandeirinhas e faixas. Nos muros, nomes e números de candidatos pintado em cores berrantes. As conversas todas envolvem política. Aqui, também, é ainda pior o cenário: quase todos estão envolvidos na CPI dos Sanguessugas. E, andando pela rua, se vê várias caras sorridentes pedindo voto. Ora, eu sei que você roubou! Onde é que está a moral ou, pelo menos, a vergonha?
Pensei em votar nulo ou branco por que ainda não conheço os políticos catarinenses e isso me obrigaria a me informar sobre eles, conhecê-los. No entanto, não queria descobrir mais casos chocantes de corrupção, mais políticos incompetentes, mais cara-de-pau. E ao que tudo indica, era o que eu mais encontraria.
Mas minha história com política me envergonha de me abster do processo eleitoral. Se já houve bons candidatos, deve haver ainda. Mesmo que escondidos ou desconhecidos. A sujeira existe, mas também existe gente boa. Senão, não teríamos diversas coisas boas acontecendo (sim, estão acontecendo coisas boas também). Quem sabe a imprensa tenha alguma culpa por não mostrar discussões, nem ações, talvez com medo de parecer partidária. Mas, é claro que há formas de pesquisar. E é o que pretendo fazer...

3 comentários:

Anônimo disse...

Não sabia que tinhas um blogspot.com
podemos criar uma mega rede de blogs... pense nisso!

Anônimo disse...

"Quem sabe a imprensa tenha alguma culpa por não mostrar discussões, nem ações, talvez com medo de parecer partidária." Mas você estuda jornalismo aonde ? No planeta fom-fom ? As escolas de jornalismos continuam a formar gente desenformada, ou alienada, pelo visto... Boa sorte !

Anônimo disse...

o pior é que está longe das coisas mudarem... mas não há nada que nos impessa de que consigamos influenciar a sua antecipação!
;D
;*