Cuiabá + Brokeback Mountain

Minha cidade de grande riqueza cultural tem um costume que eu considero fantástico: as pessoas vão muito ao cinema, mas por quê? Ora, a pipoca é uma delícia, "dar uns amassos" no escurinho seguro, rir bastante, falar alto sem ninguém saber quem é. Ai, cinema, que grande diversão! E assim continuamos vivendo...

Li muito sobre Os Segredos de Brokeback Mountain. O filme me interessou de imediato por que me identifico muito com os filmes do Jake Gyllenhaal, adoro histórias de amor, principalmente de amores impossíveis e tenho uma queda pela comunidade gay, por ser tão desprezada e imcompreendida. O filme conta a história de dois cowboys que se apaixonam e como eles lidam com a impossibilidade desse amor se concretizar na década de 60, num dos estados mais preconceituosos dos Estados Unidos. Li que o filme foi lançado com humildade, em poucas salas, mas fez tanto sucesso que logo os estados mais preconceituosos e tradicionais do país estavam fazendo abaixo-assinados para que o filme chegasse por lá.

O filme chegou aqui e eu fui correndo assistir. Pois bem, amei. Mas o assisti em meio a comentários imbecis de gente daquelas que eu já mencionei, que vai a qualquer filme, sem saber do que se trata e não contente, estraga a sessão alheia. Lá em cima da sala do cinema, adolescentes super seguros de sua masculinidade, riram, xingaram até que, finalmente, saíram da sala. Era demais para eles, não? E um homem mais velho, engana-se quem pensa que a idade traz maturidade a todos, estava sozinho no cinema, mas fez questão de conversar com os personagens do filme tentando impedi-los de atuar. Poxa, como adiantou! E não é que ele insistiu em ficar até o fim da sessão?
Eu troquei de lugar duas vezes até ter certeza de que estava longe de qualquer pessoa. Ainda bem que o cinema estava vazio e não foi tão difícil. Depois de um tempo, pude curtir meu filme tranqüila.

Mas os Estados Unidos são um país muito ignorante, não?!